terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fichas do Rock - Abba


ABBA

BIOGRAFIA: Goran Bror Benny Andersson (Estocolmo/Suécia, 16/12/46, teclados, vocais), Bjorn Christian Ulvaeus (Gotemburgo/Suécia, 20/04/45, guitarra, vocais), Agnetha Ase Faltskog (Anna, Jonkoping/Suécia, 5/04/50, vocais), Anni Frid Lyngstad-Fredriksson-Andersson (Frida, Noruega, 15/11/45, vocais) formam o Abba em 73. Os dois casais (Frida e Benny, Agnetha e Bjorn) já eram artistas conhecidos na Suécia - O primeiro single, "Waterloo", lançado pela selo Polar, chega ao sexto lugar nos EUA. O álbum de mesmo nome fica no Top 30 apenas na Inglaterra - Abba (75) emplaca o hit "Mamma Mia", primeiro posto na Inglaterra. A coletânea Greatest Hils lidera a parada britânica em 76. Os sete álbuns seguintes serÃo número 1 na Inglaterra - Conseguem seu único primeiro lugar nos EUA em 76 com "Dancing Queen", faixa de Arrival. The Album traz o hit "Take a Chance On Me" - "The Winner Takes It Ali", faixa de Super Trouper, é o último grande hit do grupo nos EUA - The Visitors fica no Top 30 em 81, ano em que os dois casais se divorciam - O Abba lança mais um disco, Thank You..., antes de acabar, em 83 - Reúnem-se para um especial da TV sueca em 86 - Em 92, Andersson e Ulvaeus participam de um show do U2, tocando com eles "Dancing Queen". Ainda nesse ano, o Erasure lança Arabesque, um EP com covers do Abba que chega ao topo da parada britânica, e "Dancing Queen" volta à parada britânica, no Top 20.
 
FRASES: "Foi uma grande coincidência. Benny e eu conhecemos as garotas ao mesmo tempo, nos apaixonamos por elas, casamos. Por acaso, elas eram cantoras" (Ulvaeus). "Estamos lisonjeados. A maioria dos grupos que acabaram há dez anos já foram esquecidos" (Ulvaeus, sobre o revival do Abba em 92).

LPs: Waterloo (74), Abba (75), Greatest Hils, Vol. 1 (coletânea, 76), Arrival(76), Abba - The Album (78), Voulez-Vous (79), Greatest Hits, Vol. 2 (coletânea, 79), Super Trouper (80), Gracias Por La Musica (80), The Visilors (81 ), The Singles - The First Ten Years (coletânea, 82), Thank You For The Music (83), Abba - The Hils (coletânea, 87), Abba - the Collection (coletânea, 87), The Hits 2 (coletânea, 88), Abba Live (ao vivo, 88), Absolute Abba (coletânea, 88), Abba Gold (coletânea, 92). Agnetha Faltskog: Eleven Women In A Building (68), Wrap Your Arms Around Me (83), Eyes Of A Woman (85), I Sland Alone (88). Frida Lyngstod: Frida Alone (76), Something´s Going On (82). Andersson e Ulvaeus: Happiness (71).

FILMES: Abba - The Movie (78)

VÍDEOS: Video Biography 1974-1982 (84), Story Of Abba (86), The Video Hits (88), More Video Hits of Abba (88), Abba Gold (92)

Fichas do Rock - A Cor do Som

A COR DO SOM

BIOGRAFIA: Eduardo Magalhães de Carvalho (Dadi -> Barão Vermelho, Rio de Janeiro/RJ, 16/08/52, baixo, vocais), Maurício Magalhães de Carvalho (Mu, Rio de Janeiro/RJ, 8/06/57, teclados, vocais), Armando da Costa Macedo (Armandinho, guitarra, bandolim) e Gustavo Augusto Schroeter (Rio de Janeiro/RJ, 28/04/51, bateria) formam o grupo A Cor Do Som em 76. No ano seguinte, assinam com a WEA - Uma versão do grupo para "Brejeiro", de Ernesto Nazareth, é incluída na trilha sonora da novela Nina, da Globo. O primeiro LP, com faixas instrumentais que fundem ritmos brasileiros e rock, não consegue boas vendagens. Nesse mesmo ano, já com Ary Santos Dias (Salvador/BA, 11/07/52) na percussão, participam do Festival de Montreux - Frutificar rende ao grupo seus primeiros hits: "Abri A Porta" e "Beleza Pura" - No ano seguinte, emplacam "Palco", do LP Transe Total - Com Vitor Biglione (guitarra) no lugar de Armandinho, lançam Magia Tropical, que traz o hit "Menino Deus" - Em 84, já sem Vitor, lançam Intuição. Nesse mesmo ano, Perinho Santana (guitarra) é incorporado ao grupo - Gosto De Prazer traz nova formação, com Jorginho (bateria) e Didi (baixo). Em 87, o grupo se dissolve.

FRASES: "O ideal, para nós, seria gravar as duas coisas: canções que impulsionam as vendas e música instrumental que sempre fizemos" (Dadi). "Com o boom do rock nacional, acabamos ficando para trás. Nossa música tinha outro enfoque" (Gustavo).

LPs: A Cor Do Som (78), Ao Vivo Em Montreux (ao vivo, 79), Frutificar (79), Transe Total (80), Mudança De Estação (81), Magia Tropical (82), As Quatro Fases Do Amor (83), Intuição (84), O Som Da Cor (85), Gosto De Prazer (86). Dadi: entre 71 e 76, grava com os Novos Baianos ->; entre 75 e 78, grava com Jorge Ben ->; (com Moraes Moreira) Moraes Moreira (76), Cara E Coração (77); (com o Barão Vermelho) Na Calada Da Noite (90). Mu: entre 76 e 81, grava com Moraes Moreira (ex-Novos Baianos ->; Meu Continente Encontrado (85). Gustavo: (com A Bolha) Um Passo À Frente (73), É Proibido Fumar (77); (com Moraes Moreira) Moraes Moreira (76); entre 75 e 76, grava com Jorge Ben -> Vitor Biglione: Vitor Biglione (86), Baleia Azul (87), Quebra-Pedra (89). Mu, Ary Dias, Vitor Biglione e Perinho Santa na participam, como músicos de estúdio, de diversos discos de MPB

Bizz número zero - Opinião

Roberto Medina
A HORA E A VEZ DO CORETO ELETRÔNICO

    Durante uma certa época, foi moda no Brasil construir estádios faraônicos em cidades carentes de quase tudo. Muitos deles não conseguiram jamais lotar completamente. Enquanto isso, o outro grande pólo da criatividade brasileira, a música popular, tem que se contentar até hoje com locais improvisados, sem um mínimo de infra-estrutura técnica e de condições acústicas para se expressar na plenitude.
    Por experiência própria posso dizer que, quase tão difícil quanto trazer Frank Sinatra ao Brasil, foi equipar o Maracanã para um espetáculo digno do artista e das 140 mil pessoas que lá foram.
    Foi por isso que, antes de sonhar com o Rock in Rio, eu tive que sonhar com a Cidade do Rock. Sem ela, jamais teria acontecido o maior show da história.
    Um show que não foi só de música, mas também de paz, organização, profissionalismo. Construída em apenas cinco meses, sem um centavo pedido aos cofres públicos, a Cidade do Rock ergueu-se do nada para se tornar atração comentada no mundo inteiro. E depois se* destruída da maneira que se sabe. Mas uma coisa nenhuma prepotência ou mesquinharia pode destruir: o exemplo. Durante dez dias de música e magia, quase um milhão e meio de jovens vindos de toda a parte tiveram ali sua assembléia, sua praça, seu templo, seu lugar. E ali deram sua resposta à intolerância, ao preconceito e à incompreensão. Ao invés da baderna temida, uma inesquecível demonstração de ordem e paz. Em lugar da alucinação coletiva, uma comovente fraternização de pessoas unidas pela sensibilidade.
    O exemplo não pode se perder. É preciso, é absolutamente preciso, que os jovens de todo o país mantenham viva esta chama e se mobilizem para exigir de seus governadores, de seus prefeitos, a abertura de um espaço para a música em cada comunidade. Ou melhor ainda: a reconquista de um espaço para a música, que esteja para a tecnologia e as exigências de hoje como estava o coreto para as cidadezinhas do passado. E importante lembrar que não havia cidade sem a praça da igreja. E não havia praça da igreja sem o coreto da banda.
    Veio a explosão populacional, a concentração urbana, a megalópole. Veio a revolução da eletrônica. Estamos menos ingênuos, mais sofisticados, mas não ficamos mais sábios. Desaprendemos muito em matéria de convivência, de solidariedade, de comunhão em torno das mesmas emoções. Ficamos mais solitários. E é a solidão que traz a insegurança, a tristeza, a vontade de se atordoar por qualquer meio.
    Construir um espaço para a música é criar um ponto de convergência para a juventude. E criar uma ponte sobre a solidão e afastar os fantasmas que sempre a acompanham.
    Um novo Brasil está começando agora. Que nele se multipliquem os coretos eletrônicos.

Bizz número zero - Bits Bizz


BITS BIZZ
    O Kurzwell e outros cérebros eletrônicos
    Ninguém vai negar que Stevie Wonder é um gênio. Mas, para o Oscar que ganhou com a música de The Woman in Red, ele teve a colaboração de outro gênio: o da eletrônica, A música que fez para o filme foi toda composta com o teclado Kurzweil 250, invenção de Raymond Kurzweil. sugerida pelo,    próprio Wonder.
    Stevie usava, há tempos, urna outra invenção de Kurzweil, que lê texto impresso para cegos (o inventor está agora criando um processador de palavras que obedece a comandos vocais). Stevie sugeriu a idéia: por que não fazer urna máquina que produzisse o som rico e profundo de instrumentos acústicos, mas com todos os efeitos dos melhores sintetizadores?
    O resultado, que já está à venda nos Estados Unidos por 11 mil dólares, é o teclado 250, que quebrou a barreira entre sons naturais e sons reproduzidos. Tem incorporados 30 instrumentos acústicos, de guitarras a baterias, pode registrar qualquer som natural em sua memória e reproduz um coral perfeitamente.
    Para amadores, ainda é um sonho. Mas, mesmo para quem tem ambições iniciais menores, o casamento de música simples e computadores domésticos 1á tem muito a oferecer.
    Várias companhias americanas - corno a Waveforrn, Electronic Arts, Mindscape, Spinmaker, Scarborough Systems, Sight & Sound oferecem programas para omputadores domésticos que permitem compor melodias na tela, e tocá-las através de um alto-falante incorporado ao computador.
    Para multiplicar esta capacidade, basta conectar seu computador com um sintetizador musical que tenha conexão MIDI (musical instrument digital interface), e com um sistema de som em estéreo. A partir daí, você pode usar coisas como o: disquetes da Passport Design. E experimentar, no teclado, diferentes arranjos para a música gravada no disquete, designando partes para várias vozes e instrumentos.
    Enquanto a música toca, suas notas aparecem coloridas na tela d terminal, como uma "partitura animada", A Sight & Sound lançou, aliás um programa que permite, além de fazer arranjos para canções, cria seus próprios videoclips, com imagens - gráficas eletrônicas, para acompanhar a música.
    Um dos segredos é a conexão MI DI, que também permite a um tecla dista acionar vários sintetizadores ao mesmo tempo, dando a concertos ao vivo aquela impressão de som "em camadas", feita nos estúdios com muitas faixas de gravação superpostas. Este mesmo efeito pode ser conseguido com RocknRhythm, um programa da Spinmaker para Commodores-6Z com disk drives, ou compatíveis. O Rock Rhythm transforma o computador num verdadeiro estúdio, e o teclado é o do próprio computador.
    Para compor música mais complicada, acaba de surgir um programa que é um verdadeiro "processador de palavras, em relação à música: é o Bank Stree~ Musicwriter, da Mindscape, para C-64 com disk drive. Além de escrever, corrigir, moduquelar e harmonizar, este programa imprime partituras. As instruções, incluem orientação dentro do próprio programa em andamento, são claras e simples, com uma ótima introdução à com" posição, e notação musical E difícil achar programa melhor para o iniciante que queira experimentar o gostinho de compor sua própria música.

    A literatura faz o jogo
    As produtoras de videojogos finalmente entenderam: ninguém suportava mais a infantilidade dos jogos em que a única coisa a fazer é atirar contra foguetes espaciais, explodir planetas ou ajudar sapinhos a atravessarem rios cheios de crocodilos eletrônicos.
    Uma idéia simples e genial está dando origem a vários videojogos que, além de agilidade, exigem inteligência e perspicácia. São videojogos baseados em livros de sucesso. Para alguns críticos, são mais que videojogos: apontam para uma nova forma de literatura, a "ficção interativa".
    "Interativa" porque o jogador, em vez de ser mero leitor, se torna um ator. Toma decisões e escolhe caminhos, enquanto acompanha aventuras baseadas em livros como Fahrenheit 451, de Ray Bradbury; Rendez- Vous With Rama, de Arthur 0, Olarke; Robots of Dawn, de Isaac Asimov.
    A maioria dos novos videojogos literários é inspirada em autores de ficção científica, mas a nova idéia será sem dúvida aplicada também a outros gêneros de romances. Arthur 0. Olarke (o autor de 2001, que já previa esta literatura eletrônica há 20 anos) está entusiasmado:
    - Escrevi um final totalmente novo, para a versão em videojogo de Rama. A missão do "leitor" é explorar uma nave, espacial alienígena, com 20 quilômetros de comprimentos, e descobrir de onde veio, o que veio fazer.
    Em Fahrenheit 451, também lançado pela Trillium americana, o problema é redescobrir a literatura e salvar a cultura mundial, numa Nova York futura em que os livros são proibidos, como no livro e no filme do mesmo nome.
    Há uma expedição e um tesouro em jóias, perdidos na selva de Amazon, um jogo escrito pelo romancista Michael Crichton, talvez a primeira obra inteiramente original desta nova literatura interativa.
    Byron Preiss, que produziu a maioria dos jogos da Trillium, já tem pedidos de vários outros livros adaptados, e de obras originais:
    - Os autores ficaram fascinados com a idéia de livros que dialogam com o leitor, movimentam-se, tocam música, reagem.
    Para o público mais jovem, a Trillium está lançando a mesma idéia em adaptação de livros mais simples, como O Mágico de Oz, Robin Hood, A Ilha do Tesouro. (Todos estes jogos, lançados recentemente nos Estados Unidos, podem ser usados em computadores Apple II, Comodore 64 com disk drive ou modelos compatíveis.)
HÁ CINCO ANOS, A PERDA DE UM POETA

    Manchester, Inglaterra, 18 de maio de 1980. Aos 23 anos, um dos maiores poetas do rock - Ian Curtis, vocalista e letrista do Joy Division - desliga a TV. Acabara de assistir Stroszek, filme de seu cineasta predileto, o alemão Werner Herzog. Sobe ate o quarto e enforca-se com os lençois

    Joy Division, ou Divisão da Alegria", era o nome reservado à ala das prostitutas nos campos de concentração nazistas. Na avalanche de bandas formadas sob estímulo direto dos Sex Pistols, Joy Division foi um corte incicatrizável.
    Começaram, em 77, como uma banda de puro punk, muito parecida (ficou registrada em um pirata) com os Buzzcocks, também de Manchester. O nome, Warsaw - ou Varsóvia -,tirado de um lúgubre instrumental de Low, primeiro LP da trilogia gravada por Bowie em Berlim.
    A troca de nome, um ano depois, traz uma profunda metamorfose. O ritmo desacelera, as frases de guitarra adotam uma circularidade claustrofóbica e o baixo sobressai como o instrumento mais melódico. E o quase heavy metal, pesado mas entorpecido, que está no primeiro LP - Unknown Pleasures (79) - e faz o critico Stephen Grant dizer: "O Joy Division está para o heavy metal como a antimatéria está para a matéria".
    A nova identidade fica completa na voz de Ian - assumindo um tom mais grave, descendente direto de Jim Morrison, em perpétua oscilação entre a descrença e a fé, As letras, então, ampliam para um painel desesperador. Uma obsessão com o passar do tempo, o fim da adolescência e a corrupção de todas suas promessas. Acrescidas de sintetizadores pelo produtor Martin Hannett, em Closer- o segundo LP, lançado pouco depois do suicídio de Curtis -, estas letras apontam para a solidão e para a morte em tom de celebração religiosa. Hannet chegou a construir uma redoma de gesso no estúdio, para obter a sonoridade de uma capela. E a capa traz uma Paixão de Cristo em estilo gótico.
    Com sua morte, Ian Curtis virou instantaneamente objeto de culto, como indicam as dezenas de discos piratas da banda. E o Joy Division, antes adorado apenas por um fanático mas pequeno séquito, fez a fortuna da Factory, a gravadora indeí5endente de Manchester. O resto da banda segue - acrescido da tecladista Gíllian Gilbert - com o nome de New Order. Exorcizam o fantasma de seu poeta partindo para um melancólico porém dançante pop eletrônico. Com o guitarrista Bernard Sumner nos vocais, estão já no terceiro LP, Low Lfe. Melhor que ninguém, sabiam que não poderia haver Joy Division sem a poesia em transe de Ian Curtis.

    Em um Lugar Solitário (In a Lonely Place)
    Acariciando o mármore e a laje
    Amor em especial por alguém
    O desperdício na febre que aqueci
    Como eu queria que você estivesse
    aqui comigo agora

    Corpo que se encolhe e esconde
    Arcos que trazem freqüentes delícias
    Quente como um cachorro ao redor dos pés
    Como eu queria que você estivesse
    aqui comigo agora

    O carrasco olha para os lados enquanto espera
    Na forca, a corda se estica e então quebra
    Um dia nós morreremos em seus sonhos
    Como eu queria que estivéssemos
    aqui com você agora

    Últimas das últimas letras escritas por Ian Curtis, In a Lonely Place não chegou a ser gravada em sua voz. A canção está no lado B do compacto Ceremony, o primeiro lançamento do New Order.

 

Bizz número zero - Equipamento



NOVOS EQUIPAMENTOS

    CASIO CT 6000
    Polifônico de oito vozes, com teclas sensíveis à pressão do toque, o GT 6000 é um dos mais sofisticados modelos da Casio. O instrumento possui vinte timbres pré-programados, que vão do piano ao conjunto sinfônico. Também são vinte os ritmos eletrônicos apresentados, sincronizáveis ao acompanhamento automático. O CT 6000 inclui ainda controle manual de afinação (pitch bend), glissando automático (que fornece uma seqüência de notas ascendentes a partir da última nota tocada), transpositor (que muda a tonalidade do teclado, variando de sol a fá sustenido) e memória de aproximadamente 400 notas. Terminais de entrada e saída de MIDI (Musical Instrument Digital Interface) possibilitam o uso do CT 6000 como teclado auxiliar de sintetizador equipado com o mesmo sistema. Entre os acessórios opcionais, há um pedal de controle de sustentação para variar a duração das notas tocadas, e um pedal de volume. O Casio CT 6000 pode ser encontrado na Dragão, rua Nova Barão 52/54, São Paulo, ao preço de Cr$ 13.692.000. Na Musicenter Importação e Exportação, no Rio de Janeiro {r. Visconde de Pirajá, 207/loja 215), o teclado sai por Cr$ 9.850.000 (main/851.

    SPARK SP 4000
    Circuitos digitais agora integram os novos órgãos spinet da Spark. O SP 4000 apresenta no manual (teclado superior seis registros de flautas, dois de cordas e clarinete 16. trumpete 8, oboé 8. Há oito presets digitais: piano, guitarra havaiana, cravo, violino, banjo, acordeon, bandolim e celesta. Para o manual inferior foram reservados quatro registros e, para a pedaleira de treze notas, três. A seção de ritmo oferece opções entre vinte e quatro ritmos diferentes, que são sincronizáveis com o sistema de acompanhamento automático. Este último é equipado com memórias separadas para acordes e baixos, e permite escolha entre baixo caminhante" (notas em seqüência ascendente ou descendente) ou baixo alternado (apenas a fundamental e a dominante do acorde). O órgão vem acompanhado de banqueta.
    A Spark informa que o preço do SP 4000 é Cr$ 10.980.000 (maio!85j. Outros detalhes podem ser obtidas (unto à fábrica, na rua Catulo da Paixão Cearense, 549, Saúde, CEP 04145, São Paulo. No Rio, o teclado pode ser encontrado pelo mesmo preço na Musicenter.

    VIOLÃO ELÉTRICO DEL VECCHIO

    A Del Vecchio, marca tradicional na fabricação de violões, estréia sua nova linha de modelos eletrificados para uso profissional. O violão tipo Ovation possui fundo abaulado construído em accero, uma madeira italiana. O tampo é de pinho sueco e a paleta traz novo desenho triangular. As tarraxas têm mecanismo semifechado, sendo assim mais protegidas da poeira. O recorte no corpo, logo abaixo do braço. dá livre acesso às notas mais altas da escala. Há controle de volume para o captador interno, cuja saída se situa na parte inferior do corpo. O acabamento é feito em cores claras, O preço é de Cr$ 4.000.000 (maio/85) na loja e fábrica Del Vecchio, localizadas à rua Aurora, 196, São Paulo. Informações sobre outros produtos pela Caixa Postal 611. Atenção: este modelo só pode ser encontrado em São Paulo. E exclusividade da Casa De Vecchio.

    TRENDSET PHILIPS
    O Brasil entrou em abril no seleto clube dos países que fazem transmissões de TV em estéreo. Em um lance feito a quatro mãos, Philips e Rede Globo mostraram em São Paulo, para uma pequena e privilegiada platéia, uma transmissão em estéreo do programa Clip Clip.
    A transmissão foi um dos lances da campanha agressiva de lançamento do caro e sofisticado televisor Trendset, de 20 polegadas (preço médio: CrS 3.000000. maio85). Há 61 anos operando no Brasil e com mais de cem milhões de aparelhos vendidos em todo o planeta, a antiga companhia holandesa mais uma vez faz juz ao que consideram sua característica - pode ser lenta mas. quando se movimenta, rola com o poder de um tanque de guerra.
    A Philips respondeu ao lançamento de duas tevês estéreo surgidas no ano passado, da Mitsubishi e Telefunken, Por isso. a resposta parece ter vindo tarde. Na verdade, a Philips acabou se beneficiando. Até a Globo resolver transmitir em estéreo, não havia indícios de que as emissoras se preparavam para um som de melhor qualidade. Agora, os consumidores podem se sentir mais confiantes.
    A novidade não é só o estéreo. O Trendset tem algumas características que o elevam à categoria do receptor de vídeo mais complexo já produzido no Brasil. Para isto, colaboram o controle remoto de 31 funções, conectores para videocassete, game ou microcomputador e saídas para fones de ouvido. Além de um amplificador estéreo de 12 watts RMS e caixas acústicas que podem ser desacopladas do aparelho.

    PEDALEIRA DE EFEITOS KORG
    Operando tanto para guitarras como também para teclados, a pedaleira Korg PME 40X é formada por quatro módulos de efeitos: chorus (que cria um efeito de eco sobre a nota tocada), deloy analógico (que atrasa o sinal emitido pelo instrumento), phaser (que atua deslocando a fase do sinal) e seleção de extensão. O chorus e o delay são estereofônicos, com controles de velocidade, manual e profundidade (para o chorus), playbock e nível de efeito (para o delav). O phaser apresenta controles de velocidade, profundidade, manual e feedbock. Há quatro disparadores individuais e um geral. Cada unidade de efeito pode ser facilmente desacoplada da pedaleira para eventual substituição. Uma entrada e duas saídas (mono e estéreo) e capacidade para funcionar em corrente alternada de 110 ou 220 completam esta pedaleira, que é vendida por Cr$ 2.520.000 (maio/85) à vista na Casa Bevilacqua. rua Direita, 115, subsolo (São Paulo). A loja oferece garantia de um mês e assistência técnica da própria revendedora. Na Musicenter, Rio de     Janeiro, a pedaleira tem seu preço em dólares: US$ 1.500.

    A NOVA GUITARRA GIANNINI
    Foram apresentadas na última UD as novas guitarras da linha profissional da Giannini. A ÀE 015C um dos modelos dessa linha, possui diversos componentes importa dos. como os dois captadores tipo humbucking e as tarraxas Schaller. Os vinte e um trastes da escala são de alpaca. Há dois controles de volume, um para cada captador, e um controle de tonalidade. As cordas fornecidas são fabricadas pela própria Giannini. O braço de marfim contém tirante ajustável. O acabamento é sunburst com fundo dourado, A nova guitarra deverá estar nas lojas ainda nos próximos meses e seu preço, até agora não estipulado pela fábrica, deverá ser alto, considerando-se o número de peças importadas, Informações mais detalhadas podem ser obtidas junto à própria Gianmm, no seguinte endereço: rua Carlos Weber. 184, CEP 05303 ou Caixa Postal 1205, São Paulo,

    GAMBITT TX-70
    Começam a surgir no Brasil órgãos portáteis que incluem sintetizadores analógicos. Este recente lançamento da Gambitt, o TX-70, possui teclado de 61 notas capaz de ser dividido em partes de solo e acompanhamento. As fontes sonoras dividem-se em duas seções, polifônica e monofônica, a primeira com sete registros variáveis e seis presets (instrumentos pré-programados), e, a segunda, sete presets sintetizados e os módulos do sintetizador. Para criação de novos sons, o sintetizador conta com um oscilador (VCO), um amplificador (VCA), um filtro (VCF), um gerador envelope )ADSR) e um oscilador de baixa freqüência (LFO). O TX-70 apresenta saídas separadas para órgão e sintetizador, e afinação independente para cada um. Os acessórios opcionais incluem o Interface MIDI. inédito em teclados produzidos no Brasil. O preço do novo órgão portátil, segundo o fabricante, é de Cr$ 5.967.000 (maio/85). A Gambitt fica na av. José Maria de Faria, 470, CEP 05038, Lapa, São Paulo.
    Os cariocas vão ter que pagar um pouquinho mais pelo seu teclado. Na Musicenter custa CrS 6.920.000.

    COMPUTADOR RíTMICO KORG
    Para quem deseja se iniciar em percussão eletrônica, a KR 55B é uma bateria de ritmos pré-programados de até 96 opções diferentes. O executante tem a seu comando o volume individual de cada um dos instrumentos: bumbo, caixa, prato, chimbau, tomtom/conga, rim shot (borda de caixa) sino-de-vaca, claves. Outros controles que permitem variar a marcação rítmica são: fill-in (espécie de repique), variação de jazz (extensível a outros ritmos, com intensidade gradual), tempo e volume. O painel traseiro apresenta uma entrada para pedal de partida e parada do ritmo ou para fill-in e introdução, além de saída de trigger e seletor de sinal alto ou baixo, A Korg KR 55B custa Cr$ 2.950.000 à vista, (maio/85), na Casa Bevilacqua, rua Direita 115, subsolo. No Rio, a Musicenter vende este computador rítmico a US$ 1.500.

    A LINHA 1800 DA CYGNUS
    Cygnus é um nome respeitado por poucos e bons conhecedores de equipamentos de som. Ao lado da também seleta Micrologic, ela tem a cré me de la créme do áudio nacional de alta qualidade. E é dentro dessa linha que se enquadram os equipamentos da recém-lançada linha 1800, indicada pelo diretor Marcos Misiak para os amadores entusiasmados".
    A definição não é exagerada. A série agrupa equalizador de dez oitavas por canal com quatro opções para gravação (preço médio: Cr$ 1.200.000, maio/85), pré-amplificador estereofônico pronto a receber toca-discos a laser (preço médio: Cr$ 1.400.000, maio/85), duas versões de amplificador de potência (380 watts RMS ou 520 XVRMS - preço médio: CrS 3.600.000, maio/85) e caixas acústicas, denominadas Heavy 500, para 500 watts IHF (preço médio: Cr$ 2.100.000, maio/85). Os sonofletores, segundo Misiak, foram desenhados especialmente para danceterias e montam com quatro falantes para as reqüências médias, dois para os agulos e um woofer, para os tons graves.
    Com essa história de agrupar som vídeo, porém, a Cygnus já saí a campo preparada para não perder o pratável bonde dos casamentos de acks. O pré-amplificador 1800, por exemplo, tem conectores específicos ara videocassetes, o que pode dar [m tempero fantástico nos clips.

    NOVIDADES CCE
    A CCE já apresentou por duas vezes, nas feiras de Utilidades Domésticas em São Paulo, de 1984 e 85, sua versão de toca-discos digital. O lançamento de verdade, no entanto, parece longe e sequer transpiram boatos dos gabinetes de executivos da empresa. Mas, mesmo enquanto não divulgam a data do début, a companhia paulista prepara a retaguarda da operação, muito provavelmente pensando em auferir lucros com base nos aparelhos de seus concorrentes.
    A primeira empreitada da companhia nesse terreno estará nas lojas a partir do próximo mês. São as caias acústicas CL-15X, modelos para pauleiras residenciais que dissipam até 100 watts RMS (ainda sem ouço estipulado pela CCE). Isso significa pouco mais de 200 watts IHF, potência média/alta para o mercado local. O novo sonofletor funciona no sistema de reflexão de graves (ou boss-reflex) e é municiado com dois alto-falantes de dez polegadas para reprodução de baixas freqüências, um componente para os sons médios e dois tweeters acolchoados com borda de espuma para agudos.
    Os falantes usados pela CCE têm cones de polipropileno. Normalmente é utilizado papel. A vantagem do material sintético não era questionada a poucos anos, mas basta que cheguem as primeiras versões nacionais para a poeira começar a subir. Os defensores do polipropileno acreditam que sua elasticidade, entre outros aspectos, permite melhor reprodução por largos períodos de tempo, o que o papel envelhecido não deixaria acontecer. Os detratores, por sua vez, sugerem artificialismos, especialmente na reprodução de sons graves. O melhor, de qualquer forma, é confiar nos ouvidos. O resto é conseqüência.

Bizz número zero - Meu instrumento (Herbert Vianna)


HERBERT VIANNA

    Ele usa óculos. Tem uma invejável coleção deles só superada por uma segunda coleção -    a favorita - que, ironicamente, ajudaria a celebrizar nacionalmente os óculos: as 10 guitarras de Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso.
    O caso de amor de Herbert com a guitarra começou bem cedo, quando, aos 5 anos, ele viu os Beatles na TV pela primeira vez. "O que me pegou, em primeiro lugar, foi a atitude do guitarrista", explica Herbert, E muito diferente uma guitarra de um teclado, por exemplo. Quando você vai tirar aquele acorde que vem do fundo da alma, você fica praticamente parado, se for um tecladista. Já a guitarra permite ao músico responder com mais intensidade, usando mais o corpo."
    Por sorte, os pais de Herbert aprovaram este precoce namoro. Aos 10 anos, Herbert ganhou do pai seu primeiro violão e aprendeu de ouvido a tocar alguns hits vigentes, como My Sweet Lord, de George Harrison e Amada Amante, de Roberto Carlos. Pouco mais tarde, um carpinteiro amigo da família fez, por encomenda do pai de Herbert, uma guitarra caseira, "na verdade um verdadeiro tronco", Novamente o sr. Vianna ajudaria a alimentar a carreira do Herbert-músico quando trouxe dos EUA uma guitarra. De verdade; uma Gibson. Curiosamente, Herbert, na época com 14 anos, estava mais interessado em aprender bossa nova no violão ("Eu só ouvia Tom Jobim. Outro dia destes até pedi um autógrafo a ele") do que tocar guitarra ou rock.
    Por influências de bandas que tocavam em sua quadra, em Brasília, Herbert acabou voltando ao rock. "Aí só ouvia Jeff Beck, Eric Clapton, Jimi Hendrix, John McLaughlin. Só comprava discos para ouvir o guitarrista." Quando se mudou para o Rio, aos 15 anos, Herbert não tinha amigos e ficava tardes inteiras trancado no quarto, plugando sua novíssima Gibson L6-S num amplificador Honner (obrigado, sr. Vianna). E foi aí que começou a mexer no instrumento; "Se você abrir a sua guitarra, desmontar tudo, ver como cada peça funciona, você vai entender melhor sua guitarra. Tem muita gente que acha que é só ligar o instrumento e sair tocando, mas se você mexer nela, vai poder enriquecer muito mais o seu conhecimento e a sua música".
    Depois de tanto fuçar, Herbert acabou optando por uma sonoridade de guitarra mais limpa. "Eu gosto das nuances da guitarra limpa. Você vê uma guitarra heavy metal, por exemplo, Se você for comparar os sons de diferentes guitarristas heavy vai ver que o som é basicamente sempre o mesmo. Os recursos - como pedais - que eu uso são usados para preencher mais espaço, não para mudar o timbre do instrumento."
    Se os guitarristas que influenciaram Herbert simbolizavam o cume da veneração da guitarra como instrumento de destaque no rock traduzida em longos (e muitas vezes tediosos) solos -, Herbert é agora um claro exemplar do guitarrista anos 80: econômico, contido, mais preocupado com ritmo e harmonia do que com solos ou melodia. "Dois terços das músicas (dos Paralamas) não têm solo", diz Herbert, "a gente cria mais climas com paradas e ecos de repetição do que com solos, Antigamente, nos anos 60/70, o solo era considerado a parte mais importante de um rock, era o destaque da banda. Mas acontece que naquela época surgiu uma geração de guitarristas excelentes, principalmente na Inglaterra. E isso não acontece todo dia. E foi da própria Inglaterra que partiu a desmistificação do guitarrista. Surgiu o punk, com bandas que não se interessavam em tocar extremamente bem, que se preocupavam mais em passar uma idéia. Hoje em dia, ninguém mais é o destaque. O destaque é o que a banda quer dizer."
    "Por isso eu digo que o Andy Summers é o Hendrix dos anos 80. A guitarra dos anos 60 teve a direção que o Hendrix deu e a guitarra dos anos 70 e 80 tem a direção que o Summers iniciou no Police; a guitarra como contracanto, fazendo cama para voz."
    "Hoje em dia", continua Herbert, "não me preocupo em ser o mais rápido e acho perfeita a definição que o Jeff Beck - que pra mim é o mestre do solo deu para o solo; o solo pega a melodia da música, leva ela pra dar uma voltinha lá lora, depois volta e devolve a melodia ao cantor. E só."

Ficha técnica

    De suas dez guitarras, Herbert prefere duas Fender Stratocaster (uma azul, outra a vermelha da séria especial The Strat. "Elas têm um corpo especial, de madeira pesada, e a eletrônica delas é toda nova."
    As outras duas favoritas são lbanez, de fabricação japonesa. "Só uso essas duas no estúdio, porque são muito complicadas para shows, têm muitos controles diferentes, enquanto outras guitarras funcionam apenas com uma chave de captadores e controles de volume e tonalidade. Essas lbanez também são diferentes por causa do braço de 24 trastes (quando o normal são 21)."
    "De uma forma geral, sempre prefiro o som Strato, aquele som do Summers e do Adrian Botew (do King Crimson)."
    Strato ou não, as guitarras de Herbert - ao vivo ou em estúdio - são ligadas a um compressor DBX (que aumenta o sinal de saída da guitarra e diminui os abismos existentes entre notas mais ou menos intensas), Um diqital delay Roland, mais um Ibanez HD-1.5~~ø. Essa nova aquisição acumula funções de harmonizem e chorus (para "dobrar" os desenhos musicais da guitarra e dar mais ressonância a essa "dobra", respectivamente) pitch control.
    Um pitch control serve para alterar a tona/idade de uma ou mais notas. Assim, quando Herbert toca um acorde, ele pode, ao mesmo tempo, conseguir, do pich control de seu HD- 1500, a terça, a quinta e a oitava de cada nota daquele acorde.
    Os pedala e as guitarras falam através de dois amplificadores Mesa Boogie (os mesmos usados por guitarristas como Keith Richards e Pele Townshend) e caixas Marshall.

Bizz número zero - Discoteca básica


DISCOTECA BÁSICA

    Pois é, até o reino da música descartável (bem-vindo ao Circo do RocknRoll) tem seus clássicos eternos. São aqueles discos que cristalizam o auge criativo de uma banda importante, ou então definem as trilhas para a geração seguinte. Dá para conversar sobre heavy metal sem o primeiro do Led Zeppelin? Você pode tentar... Mas, para não dar vexame, é melhor prestar atenção nesta discoteca básica. Afinal, estes discos fizeram história. Mês que vem tem mais.

    The Sun Sessions
    O Rei Elvis antes de entrar no exército, virar galã de Hollywood e cantar baladas napolitanas orquestradas. Rockabilly puro, no berço, com a lendária guitarra de Scotty Moore.

    16 Golden Greats
    Uma coletânea que vale ouro mesmo: contém as fundamentais obras de Chuck Berry. Entre elas, Johnny B. Goode e Rockn Roll Music.

    Revolver
    A guinada definitiva dos Beatles para forjar o pop dos anos 60. Cravos, violoncelos, efeitos de estúdio... uma ousadia que desembocaria em:

    Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band
    Muita gente prefere a maratona-síntese do "álbum branco", mas este LP acaba sempre em primeiro quando qualquer bando de críticos se reúne para eleger "o melhor de todos os tempos". Em segundo lugar, também não dá outra:

    Blonde on Blonde
    Em um duplo, 05 momentos mais luminosos de Bob Dylan em sua fase elétrica. Não que a fase folk-acústica não tenha dado uma obra-prima:

    Highway 61 Revisited
    Gaitinha, violão e letras de fôlego épico, ou seja, quilométricas e visionárias. A música popular, e seus refrões "volte pra mim, baby", não poderia ser mais a mesma.

    The Doors
    O primeiro disco da banda, pelo menos tão psicodélico quanto e anterior a Sgt. Peppers. Tem The Erid. Precisa dizer mais?

    The Velvet Underground & Nico
    Enquanto isso, essa turma novaiorquina encabeçada por Lou Reed e John Cale (e amparada por Andy Warhol) deixava o psicodelismo comendo poeira para destilar crônicas do submundo. Aviso: a voz da alemã Nico pode gelar a espinha dos inocentes.

    Are You Experienced?
    Todas as possibilidades e impossibilidades de um novo instrumento, ou seja, Jimi Hendrix recria a guitarra elétrica.

    Layia & Other Assorted Love Songs
    Sob a alcunha (só para despistar) de Derek & The Dominoes, outros dois grandes guitarristas - Eric Clapton e Duane Allman fabricam os novos blues.

    The Who Seu Out
    Em formato de programa de rádio, com vinhetas e propaganda, uma sátira implacável ao consumismo. De quebra, grandes canções do sr. Pete Townshend.

    The Piper at the Gates of Dawn
    Experimentalismo anos 60 em seu grau mais radical. Esse era o Pink Floyd de Syd Barrett. Sem ele, a banda teria de esperar um bom tempo para igualar tamanha obra-prima. Teriam de esperar até:

    The Dark Side of the Moon
    Sob o comando de Roger Waters, um tratado musical sobre a esquizofrenia, inspirado no caso Syd Barrett. E o Sgt. Peppers do rock progressivo, quer dizer: rock para se ouvir esticado no sofá (de preferência, com fone de ouvido).

    Led Zeppelin
    A banda que quebrou todos os recordes dos Beatles, sem jamais lançar um compacto, em sua explosiva estréia. Começa com uma balada tradicional do folclore anglo-saxão, Babe lm Gonna Leave You. ao singelo som do violão. Na seqüência, cristaliza o abc do heavy metal.

    Led Zeppelin IV
    Parece uma coletânea nos moldes Greatest Hits, mas não é, O lado 1 abre com riff infernal de RocknRoll e fecha com a quase sinfônica (da balada à pauleira) Stairway Lo Heaven, aclamada como "hino da geração hippie". E tão bom que muitos fãs, até hoje, não conseguiram virar o disco.

    Sticky Fingers
    Demoraram, mas apareceram. Isso porque os Rolling Stones, apesar de seu pontapé inicial em 63, só lançaram sua primeira obra-prima no formato LP (esta mesma) em 71. A segunda, em compensação, viria no ano seguinte:

    Exile on Main Street
    Dois discos e um painel completo das aspirações stonianas à mais retinta negritude. Além disso, pode salvar uma festinha mal-encaminhada.

    Surfs Up
    Pouco conhecido, nunca obteve no Brasil o status de clássico que goza lá fora.. Mas é o testamento das preciosistas harmonias vocais dos Beach Boys, em uma retrospectiva madura de seus tempos de garotos de praia e prancha.

    Every Picture Teus a Story
    Acredite ou não, Rod Stewart tem no currículo um capitulo essencial para a história do rock (entre outras coisas, este é o LP que leva Maggie Mae). Sua rouca garganta ajuda também, e muito, em:

    Truth
    O guitarrista favorito dos guitarristas, Jeff Beck, comparece com uma superbanda - fora o rouco acima citado, Ron Wood, John Paul Jones e Jimmy Page. Este, inclusive, até hoje reivindica para si o arranjo de Becks Bolero, uma das gemas presentes.

    In the Court of the Crimson King
    A escaldante/viajante estréia do King Crimson, ou mr. Robert Fripp. A faixa de abertura, 21º Century Schizoid Man, é tem obrigatório no rol das "favoritas de uma geração".

    Fun House
    Punk puro, safra 70, cortesia de Iggy Pop e seus Stooges. Não é à toa que No Fun, uma das faixas desse barril de dinamite, aparecia no repertório de todo show dos Sex Pistols.

    The Rise and Fali of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars
    Um álbum conceitual, no qual um extraterrestre vem ser um superstar cinco antes do fim do mundo, coloca David Bowie no panteão do rock. Outro fundamental do ator/cantor:

    Low
    O primeiro da trilogia gravada em Berlim, com o auxílio de Brian Eno, este coloca Bowie na fronteira com o experimentalismo antipop. Foi tão imitado que virou o gênero batizado de "cold wave".

    Never Mind the Bollocks, Heres the Sex Pistols!
    "Eu sou um anti-cristo, eu sou um anarquista, não sei o quero mas sei como conseguir... eu quero é destruir", urrava Johnny Rotten. A raiva era real, e virou o Circo da Música Descartável de cabeça para baixo.

Bizz número zero - Toque/Letras

WE ARE THE WORLD

    We Are The World
    There comes a time we heed a certain call
    When the world must come together as one
    There are people dying
    And its time to lend a hand to
    The greatest gift of ali
    We cant go on pretending day by day
    That someone, somewhere, will soon make a change
    We are a part of Gods great big famiiy
    And the truth, you know,
    Love is all we need
    Refrão
    We are the world, we are the children
    We are the who make a brighter
    So lets start giving
    Theres a chice were making
    Were saving our own lives
    Its true well make a better day
    Just you and me
    Send them your heart so theyll know that someone gares
    And their lives will be stronger and free
    As has shown us by turning stones to bread
    So we all must lend a helping
    Refrão
    When youre down and out there seems no hope at all
    But if you just believe theres no way we can fall
    Let us realize that a change can only come
    When we stand together as one

    *Repetir duas vezes o refrão. Na terceira, repetir 1/2 tom acima:

TRADUÇÃO
    Nós somos o mundo
    Chega um momento em que atendemos a certo chamado
    Quando o mundo precisa unir-se como um todo
    Há pessoas morrendo
    E chegou a hora de dar uma mão à vida
    A major de todas as dádivas

    Não podemos continuar fingindo, dia após dia
    Que alguém, em algum lugar, fará logo uma mudança
    Somos parte da grande família de Deus
    E a verdade, você sabe,
    E que o amor é tudo de que precisamos

    Nós somos o mundo, nós somos as crianças
    Nós somos aqueles que fazem um dia mais clara
    Por isso vamos começar a dar

    É uma opção que estamos fazendo
    Estamos salvando nossas próprias vidas
    É verdade que faremos um dia melhor
    Apenas eu e você

    Envie a eles seu coração
    Para que saibam que alguém se importa
    E suas vidas serão mais fartes e livres
    Como Deus nos mostrou transformando pedras em pão
    Assim devemos todos dar uma mão

    Quando você está por baixo parece não haver esperança
    Mas se você apenas acreditar não há maneira de cairmos
    Precisamos compreender que uma mudança só pode vir
    Quando nos unirmos como um todo


U2

    U2
    Pride (In the name of love)

    One man come in the name of love
    One man come and go
    One man come he to justify
    One man come to overthrow
   
    Refrão
    In the name of love
    What more in the name of love?
    In the name of love
    What more in the name of love?

    One man caught on a barbed wire fence
    One man he resist
    One man washed up on an empty beach
    One man betrayed with a kiss

    Refrão
    Early morning, april 4th
    A shot rings out in the Memphis sky
    Free at last, they took his life
    They could not take his pride

    Refrão

    Orgulho (Em nome do amor)
    Um homem vem em nome do amor
    Um homem vem e parte
    Um homem vem para reabilitar
    Um homem vem para derrubar

    Em nome do amor
    O que mais em nome do amor?
    Em nome do amor
    O que mais em nome do amor?
   
    Um homem preso em uma cerca de arame farpado
    Um homem trazido pela maré até uma praia deserta
    Um homem traído com um beijo
   
    De manhã cedo, 4 de abril
    Um tiro ressoa no céu de Memphis*
    Livre enfim, tiraram sua vida
    Não conseguiam aceitar seu orgulho

    *Referência ao assassinato de Martin Luther King.

    Phil Collins
    One more night
    One more night, one more night
    Ive been trying oh so long to let you know
    Let you know how I feel
    If I stumble or if fall just help me back
    So I can make you see

    Refrão

    Please give me one more night, give
    [me one more night
    One more night because I cant wait forever
    Give me just one more night, one more night
    Oh one more night, because I cant
    [wait forever

    Ive been sitting here so long
    Wasting time just staring at the phone
    And I was wondering should I call you
    Then I thought maybe youre not alone

    Refrão

    Give me one more night, give me just
    [one more night
    Just one more night because I cant wait
    [forever
   
    Like a river to the sea, I will always
    [be with you
    And if you should sail away, I will follow you

    Give me one more night, give me just one
    [more night because I cant wait forever

    I know therell never ve a time youll
    [ever feel the same
    And I know its only words
    But if you change your mind, you know
    [that Ill be here
    And maybe we both can learn

    Refrão

    Mais uma noite
    Mais uma noite, mais uma noite
    Ando tentando há tanto tempo fazer
    [você saber
    Fazer você saber como me sinto
    Se eu tropeçar ou se eu cair, apenas
    [me ajude a voltar a ficar de pé
    Para eu poder fazer você entender

    Por favor, me dê mais uma noite,
    [mais uma noite
    Mais uma noite, pois não posso
    [esperar para sempre
    Me dê só mais uma noite, mais uma
    [noite
    Mais uma noite, pois não posso
    [esperar para sempre

    Estou sentado aqui há tanto tempo
    Perdendo tempo só com as olhos
    [fixos no telefone
    E estava imaginando se deveria ligar
    [para você
    Aí pensei que talvez você não esteja só

    Me dê mais uma noite, me dê só mais
    [uma noite
    Só mais uma noite pois não posso
    [esperar para sempre

    Como um rio para a mar, estarei
    [sempre com você
    E se você navegar para longe, eu
    [seguirei você

    Me dê mais uma noite, me dê só mais
    [uma noite
    Mais uma noite pois não posso
    [esperar para sempre

    Sei que nunca haverá um momento
    [em que você sinta o mesmo
    E sei que são só palavras
    Mas se você mudar de idéia, você
    [sabe que estarei aqui
    E talvez possamos os dois aprender

Bizz número zero - Visual - Cinema/Vídeo/Clip

CINEMA
DUNA

    Se você acha que o cinema dificilmente iria realizar proezas maiores e mais sofisticadas do que aquelas que viu em 2001: Uma Odisséia no Espaço, ou mais recentemente em obras como Guerra nas Estrelas, espere para ver a parafernália que o diretor David Lynch e seus colaboradores colocaram em Duna.
    O filme está sendo aguardado como uma das grandes promessas desta temporada cinematográfica, e deve estar nas telas ainda este mês com as chances de ser um novo sucesso de público e crítica. De público é praticamente certo, levando-se em conta a carga publicitária que, inevitavelmente, fará a cabeça do espectador, Mas milhões de dólares em publicidade nem sempre resolvem. Depende da qualidade.
    No caso de Duna, ao menos o fator literário, ou de ficção científica, está garantido. Afinal, a novela de Frank Herbert já vendeu mais de 12 milhões de exemplares desde seu lançamento, em 1965. E como o cinema sempre está de olho nos best sellers, inevitavelmente Duna acabaria nas telas com sua história interplanetária, sua filosofia, seu arcabouço de efeitos especiais, sua grande e caprichada produção, a presença do grupo Police através de seu líder, Sting, e a necessidade de se resolver certos problemas através da criatividade dos desenhistas de produção.

    Nova humanidade
    Os críticos afirmam que Duna é um caso a parte na ficção científica. Consideram que, no gênero, certos autores criam personagens memoráveis, citando, por exemplo, o computador Hal 9000, de 2001, o capitão Nemo de Vinte Mil Léguas Submarinas, de ,Julio Verne, as criaturas de George Orwell e Aldous Huxley, ou as de Ray Bradbury, Asimov, Heinem. Mas acham que Herbert, em vez de falar sobre os cientistas, criou uma história sobre a nova humanidade, aquela daqui a dez mil anos, quando a capacidade não é medida em termos de kilobytes de computadores e sim pelo poder de raciocínio dos humanos.
    E dizem mais: que Frank Herbert, com a série Duna, não apenas construiu um épico, nos modelos de uma Odisséia ou de uma Guerra nas Estrelas. Inventou uma sociedade que, a seu modo, recapitula a História.

    Rejeição inicial
    O mais engraçado é que esse best seller foi, inicialmente, rejeitado pelos editores americanos. Ninguém acreditava no seu sucesso. Herbert correu atrás de nada menos do que 22 editoras com o manuscrito que havia publicado em série na revista Analog, e acabou sendo obrigado a se satisfazer com uma edição minguada, de 2 mil cópias, publicada por uma casa muito mais especializada em consertos de automóveis. Depois, um editor de ficção científica descobriu o livro e lançou uma edição de bolso. Herbert recebeu 2 mil e 500 dólares pelas duas. Hoje fatura 500 mil dólares por ano.
    E a trajetória de Duna começou aí, modestamente, sem que ninguém, nem o próprio autor, pudesse imaginar quais seriam os rumos que a obra tomaria. Só o primeiro volume, com mais de 700 páginas, traduzido para 14 idiomas, dá o retrato do retorno que o autor deve estar tendo, em termos de dólares, sem contar o que terá daqui pra frente com os outros volumes de sua saga.
    Ele, afinal, continua escrevendo sobre Duna, E diz que há, no mínimo, 15 milhões de leitores que acharam o primeiro livro muito interessante. "Eu estou conversando com eles sobre como examinar todas essas premissas sobre as quais estruturamos nossos Governos e as nossas idéias de liderança."

    Drogas e ecologia
    Filosofia futurista é o que menos falta ao filme, que derrotou a capacidade imaginativa de uma série de roteiristas mas acabou virando filme. Com um orçamento de 40 milhões de dólares, um dos cinco mais caros de toda a história de Hollywood, Duna caiu nas mãos de David Lynch, o mesmo de O Homem Elefante, depois de ter passado por outros cineastas que se recusaram, por incompetência ou por falta de recursos, a tentar a ousadia de transformar em cinema um texto onde é, segundo os críticos literários, perfeita a comunhão entre a ficção e a política, a filosofia e a aventura.
    Os espectadores depois do primeiro Duna, podem esperar por uma série de seqüências, daquelas que Hollywood gosta de criar. Nesta primeira história está a apresentação de personagens e situações.
    Apareceu nos anos 60, quando os especialistas começaram a discutir a verdadeira importância da ecologia num universo que se via, gradativamente, destruído em sua fauna, flora e vida marítima, ou discutia drogas e misticismo, religião e sociedade. O herói principal é Paul Atreides, que se bate pela destruição da sociedade computadorizada para fazer valer a supremacia da mente, isso tudo num universo que Herbert criou baseando-se no feudalismo, cheio de maquinações políticas.
 

    Valores e efeitos
    Duna acabou virando filme pelo interesse de Raffaella De Laurentiis, a filha do produtor Dino De Laurentiis, um desses big shots de primeira linha. Ela ficou entusiasmada pela primeira novela de Herbert e convenceu o pai a produzir uma versão deste primeiro livro sobre Duna, o planeta, e os seres que tentam coabitar nele. Inicialmente, De Laurentiis tentou convencer o diretor Rídley Scott, o mesmo de Blade Runner, a fazer o filme. Ele rejeitou. Tentou David Lynch e teve sorte. Ele aceitou a proposta e, entre maio de 1981 e dezembro de 1982, passou escrevendo um roteiro que pudesse ser filmado, resumindo o texto de Frank Herbert sem esquecer os seus valores básicos. Foram necessários 4 mil figurinos diferentes, 75 estúdios de filmagens, a maioria deles contratados no México, nos estúdios Churubusco Azteca, onde Cantinflas sempre fez suas comédias; modelos de roupas criados especialmente por Carlo Rambaldi, miniaturas de diversos tipos, equipamentos eletrônicos, efeitos especiais estudados detalhadamente e um elenco formado por Kyle MacLachlan, o mocinho Paul Atreides, mais Francesca Annis, Jurgen Prochnow, Max Von Sydow, José Ferrer, Sting, Sian Phillips, Sean Young e Linda Hunt, incluindo-se, aí, uma participação de Aldo Ray, aquele ator que algumas gerações viram em dezenas de filmes de guerra, e de Silvana Mangano, a célebre atriz italiana, no papel da reverenda Mãe Ramallo.
    Duna é o planeta Arrakis, deserto, onde mãe Ramallo fala aos seus súditos sobre a chegada de "alguém" que virá trazendo a "Guerra Sagrada" para "limpar o Universo" e livrar o povo da escuridão. E então começa essa história misteriosa, simbólica, com conotações bíblicas e religiosas e com o anunciado, Paul, como um Cristo intergalático que vem ao mundo para salvar, perdoar e ser também um instrumento dos poderosos.

    Narcótico-especiaria
    Frank Herbert já escreveu sete volumes sobre o planeta Duna e seus personagens. E ainda não se cansou. Acha que, cada vez mais, é preciso reavaliar a História. No primeiro livro, este que David Lynch filmou, a questão está relacionada a como produzir Messias. O cenário é um planeta habitado por caracteres sinistros, invadidos por política e religião, e, no centro de tudo, o lugar inóspito habitado por lagartas gigantes, com 250 metros de comprimento, e a tribo selvagem dos "Fremen", onde está a fonte da juventude, mistura de narcótico e especiaria que chamam de "melange", que prolonga a vida e também tem o poder de conceder conhecimentos ,científicos aos que o consomem. E provável que, diante de teses e filosofias, o espectador tenha diante de si um enigma maior do que o de 2001 com seu monolito negro difícil de desvendar. E é isso que, segundo dizem, atrai em Duna. Curiosamente, Dino De Laurentiis foi buscar apoio em nomes conhecidos: o desenhista de produção é Anthony Masters, que foi diretor de arte em 2001; o criador dos efeitos especiais é o mesmo Albert Whitlock de Terremoto, e Carlo Rambaldi se encarregou de desenhar as criaturas especiais, com a experiência de E.T. e da refilmagem de King Kong.
    O segundo livro de Frank Herbert, "O Messias de Duna", foi lançado recentemente no Brasil. Apareceu em 1969 nos Estados Unidos, dando seqüência à odisséia de seus vários e intrigantes personagens. Vilões e heróis de um mundo futurista, carregado dos mesmos vícios, obsessões, pecados, egoísmo e angústias que vivemos hoje no nosso mundo. Afinal, pelo que nos conta Frank Herbert, daqui a 10 mil anos pouca coisa vai fazer do ser humano um novo homem.
VÍDEOS

    FICÇÃO
    FLASH GORDON NO PLANETA MONGO (Perils front the Planet Mongo, 1936)
    Direção: Frederick Stephani. Com Buster Crubbe, Jean Bogers e Charles Middleton. Legendado.
    Flash (Crabbe) e sua deliciosa namorada Dale Arden (Jean Rogers, urna precursora da minissaia, impedem que o maquiavélico imperador Ming (Middleton destrua a Terra. Mais um dos filmes que saíram da criação genial em quadrinhos de Alex Ravrnond, Divertido futurismo em cenários baratos, se comparados aos incríveis efeitos especiais de hoje.

    UNIVERSO EM FANTASIA (heavy Metal, 1981)
    Direção: Gerald Potterton, Desenho animado. Legendado.
    Para quem curte quadrinhos, o estilo predominante na revista Heavy Metal (espaço, lances freaks e toques de neopsicodelismo), Diversos episódios.

    BLADE RUNNER (O Caçador de Andróides, 1982)
    Direção: Ridley Scott. Com Harrison Ford, Sean Young, Daryl Hanna. Original.
    Mesmo sem legendas, vale (e muito) pelo incrível impacto visual. Numa Los Angeles do futuro envolta na poluição e permeada pela cultura oriental, Harrison Ford é um policial com licença para matar andróides que se rebelaram contra o sistema. A trilha sonora de Vangelis contribui para tornar Blade Runner um dos mais belos filmes dos últimos anos.

    CONAN, O BÁRBARO (Conan, The Burbarian, 1981)
    Direção: John Millus. Com Arnold Schwarzenegger. Tumes Earl Jones. Legendado.
    Conan, um personagem de quadrinhos, vive na pré-história. Seus pais foram mortos quando ele era criança. E sua missão na vida é a vingança. O assassino dos pais é Thulsa Doam, líder de um grupo religioso que cultua a magia.

    TROVÃO AZUL (Blue Thunder, 1983)
    Direção: John Badham, Com Boy Scheider (2010) e Malcolm McDowell (If). Legendado.
    Alta tecnologia no combate ao crime. Um super-helicóptero, dotado de computadores e raios laser, ajuda a caçar bandidos em Los Angeles. Ação, efeitos especiais e bom ritmo. Acabou virando um seriado na tevê.

    MUSICAL
    THE PUNK ROCK MOVIE (1981)
    Diretor: Don Letts. Com Johnny Rotten e os Sex Pistols, The Clash, X-Ray Specs e outros. Original.
    As origens do movimento punk em Londres com as bandas que o inventaram e ajudaram a revolucionar a música pop: Johnny Rolten (agora john Lydon, com a banda Public Image Limited) e X-Rav Specs (com a cantora Poly Styrene), além do Clash, valem uma sessão muito atenta.

    THE POLICE AROUND THE WORLD (1982)
    Diretor: Kate e Derek Burbid ge. Com agrupo The Police. Original.
    Alguns momentos arrastados mas mesmo assim um excelent documentário de uma longa excursão do Police em 80 e 81. Belas imagens, inclusive as do grupo nas areias de uma praia caio ca e no bondinho. Mas ao contrário dos outros países, não há imagens do show no Rio. Embora ótimo, foi pessimamente divulgado reunindo apenas três mil pessoa: no Maracanãzinho.

    DRAMA
    O FUNDO DO CORAÇÃO (One From the Heart, 1982)
    Direção: Francis Coppola. Com Terri Garr, Frederick Forest, Raul Julia, Nastassia Kinski, Legendado.
    Malhado por crítica e público à época de seu lançamento, o filme de Coppola que custou 40 milhões de dólares e levou dois anos para ser feito começa a virar verdadeiro culto em vídeo. Primeiro filme a ser editado em vídeo. Um visual belíssimo e uma careta - porém verossímil - história de amor. Do fundo do coração.

    APENAS UM GIGOLÔ (Just a Gigolo, 1979)
    Diretor: David Hemmings, Com David Bowie, Sidne fome, Marlene Díetrich, David Hemmings. Legendado.
    O charmoso e super cool Bowie como Paul, um gigolô de mulheres ricas. O pano de fundo é a decadente Berlim na época da ascensão do nazismo. O diretor, Hemmings, é o fotógrafo de Blow-Up.

    COMÉDIA
    CLUBE DOS CAFAJESTES (Animal House, 1978)
    Diretor: John Landis (de Os Irmãos Cara-de-Pau e Um Lobisomem Americano em Londres). Com John Belushi e Donald Sutherland. Legendado.
    Belushi, um dos melhores comediantes desta segunda metade de século (morto no ano passado com uma overdose de heroína), lidera um bando de malucos numa sátira à vida americana nos campus universitários da década de 60.

    O JOVEM FRANKENSTEIN (Young Frankenstein, 1974)
    Direção: Mel Brooks. Com Gene Wilder. Martv Feldman, Modeline Khan. Legendado.
    Verdadeiramente hilário. Frederick Frankenstein (Wilde) é um neurocirugião que volta ao castelo de seu avô, na sinistra Transilvânia, e resolve, a partir de velhas anotações, fabricar um homem com pedaços de cadáveres. Cenários e cenas lembrando os filmes de horror de antigamente.

    O INCRÍVEL EXERCITO BRANCALEONE (LArmata, 1965)
    Direção: Maria Monicelli, Com Vitorio Gassman, Catherine Spaak. Legendado.
    O percurso quase surrealista de uma das facções que, na Idade Média, pretendia chegar em cruzada até Jerusalém. Um grupo de alucinados e desequilibrados é comandado pelo galante e boçal Brancaleone (Gassman), uma espécie de Dom Quixote medieval e italiano.

    POLICIAL
    A FORÇA DE UM AMOR (Breathless, 1983)
    Direção: Jim Mcfride. Com Richard Gere e Valerie Kaprisky. Legendado.
    Richard Gere, transpirando energia e inquietação, é um ladrão de canas que se apaixona por uma universitária francesa de classe média, numa versão americana de O Acossado ,de Godard. Retrato perturbador de um personagem (Gere) que jogava com a vida até suas últimas conseqüências.

    O AMIGO AMERICANO (The American Friend, 1977)
    Direção: Wim Wenders. Com Bruno Gunz, Dennis Hopper, Li-20 Kreuzer. Legendado.
    Aclamado como a maior figura do novo cinema alemão, Wenders mostra no filme a vida de um pacato restaurador de quadros ser sacudida por uma proposta insólita - a de matar uma pessoa no metrô de Paris.

    Levantamento feito a partir dos videoclubes Videoclube do Brasil, Audio, Omni Video e Videoland (SP) e Videoclube Nacional, Videoplay e Videoclube do Brasil (Rio).

 
OLHAR ELETRÔNICO A NOVA TV

    Ao sucesso! O aloprado disc-jockey Bob MacJack (foto central) dá o tom de Crig-Rá, o programa que está colocando a produtora paulista em cadeia nacional. Nesta entrevista a Sófia Maia, Marcelo Machado (foto acima) dá todos os antecedentes e coordenadas da turma responsável pelo que há de novo no ar.

    Uma câmera na mão e muitas idéias na cabeça. Foi assim que, em março de 82, três irriquietas figuras fundavam a produtora independente Olhar Eletrônico. Os só dos proprietários Fernando Melretles, Paulo Morelli e Marcelo Machado compraram uma câmera profissional, arrumaram uma grana (modesta) e foram para a rua, acompanhados de uma equipe de quatro pessoas.
    De lá para cá, a Olhar Eletrônico conseguiu prêmios em dois festivais de vídeo, criou a personagem hilária e irreverente do repórter Ernesto Varela (vivida pelo ator Marcelo Tas) e estabeleceu uma nova linguagem nos vídeos do Brasil.
    Esta nova linguagem, rápida, bem-humorada, alinhavada por vinhetas e balões emprestados da linguagem dos quadrinhos, conseguiu jogar no vídeo justamente o que a moçada não estava vendo na televisão. Um visual recheado de rock, de uma forma de jornalismo que junta o fato ao pique freak dos clips e de um cotidiano escamoteado pelas grandes redes de televisão. A linguagem do programa Crig-Rá (o grito de guerra de Tarzã, o rei dos macacos).
    "Havia outros nomes, como Tesouros da Juventude, ou Freqüência Modulada, conta Marcelo Machado. Mas existia uma identificação do pessoal da Olhar com os quadrinhos. E a necessidade de um nome com impacto forte e fácil de memorizar. Aí, um dia, alguém gritou Crig-Rá! E a macacada adorou!"
    O caminho para se chegar ao Crig-Rá não foi fácil. A Olhar fez quase de tudo. As primeiras e pequenas produções fizeram o passeio ritual e inevitável pelo chamado circuito cultural de São Paulo e de outras capitais - museus, saías de vídeo, lugares de encontro de uma turma que, se gratifica pela atenção dispensada, não colabora muito no lado do necessário retorno financeiro.
    O quase de tudo exclui a encomenda de um trabalho para uma indústria bélica. A Olhar teria de documentar o funcionamento de um lança-chamas. "Aí também já era demais, diz Machado, que alegou para a recusa uma questão de princípio. Mesmo com a recusa, o restante dos trabalhos permitiu à Olhar ter dinheiro para contratar pessoal e se profissionalizar.

    Mistura de linguagens
    Ao se unir, o grupo procurava uma fusão de suas experiências anteriores, um encontro de música, desenho, cinema, vídeo e literatura. A televisão permitia maior penetração, pegando não só o jovem mas diversas camadas etárias e sociais. E o cinema estava fora do alcance dos bolsos da turma da Olhar.
    É claro que os primeiros trabalhos, como Garotos do Subúrbio e Eletroagentes, estavam carregados do que a TV convencional chamaria vícios, e que a Olhar chamou de defeitos especiais". Em Eletroagentes, por exemplo, precisavam de um cometa na tela. O cometa foi representado por dois faróis acesos em frente à câmera numa estrada escura. Só que, normalmente, não se filma pontos de luz muito fortes assim de frente. Eles produzem riscos ondulados no vídeo, considerados tecnicamente como erros.
    Em Garotos do Subúrbio usaram o que chamam de corte sem remendo", Explica Machado: Sempre que se faz uma reportagem, é comum, se você cortar a imagem do entrevistado no meio da tala, colocar outra imagem no meio, um insert. Isso para não dar pulos na imagem ou na fala". Mas no final de Garotos a Olhar deixou as falas com pulo, "o que deu ritmo às imagens e ao som". Eletroagentes foi uma co-produção com Alfredo Fritz e falava sobre Itaipu. Garotos é um documentário sobre os punks paulistas.
    Já acostumada com o pique, a turma do Olhar partiu para o trabalho direto. Mesmo nos fins de semana. Chato era quando chegava com os trabalhos nas emissoras de televisão. Todo mundo gostava. A resposta, porém, era invariável: Vocês estão loucos! Não dá para pôr isto no ar!" As reações serviram para mostrar aos novos profissionais da Olhar que estavam entrando na coisa de forma ingênua, num estilo meio assim de olhar para os próprios umbigos. "As pessoas não estão interessadas em comprar as coisas que a gente mais gosta de fazer", concluiu Marcelo Machado. Era necessário um esforço comercial "numa boa".
    A Olhar inscreveu toda sua produção no primeiro e segundo festivais de vídeo do Museu da Imagem e do Som/Fotoptica, realizados em São Paulo em agosto de 83 e junho de 84. E levou primeiro lugar nos dois anos seguidos, um deles em regime de co-produção. Em 83, com Marli Normal, o cotidiano de uma jovem classe média. E em 1984 com Eletricidade (co-produção, mais uma vez com Fritz), um clip com a música do tecladista high-tech Kodiak Bachine, do extinto grupo Agentes. O clip usou até, em seus efeitos, os recursos do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.

    Padrão Japão
    Os prêmios abriram as portas. A Olhar foi a campo, com Goulart de Andrade - que também estava atrás de uma fórmula para a nova reportagem na TV Gazeta, Com a ida de Goulart para a Record, a Olhar mudou-se para a Abril Vídeo. Onde até hoje permanece, com sucesso. Com Crig-Rá. Um programa baseado em um personagem central, Bob MacJack, outro tipo vivido por Marcelo Tas. MacJack, no vídeo, é um assombro. Roupinha super niu uêive, óculos escuros, a pele lambuzada de óleo brilhando para as câmaras. O homem-âncora MacJack é uma reunião dos estereótipos que estão aí. A comida plástica de cada dia, a rapidez da metrópole, o consumo acelerado da produção artística -, em especial a música, hoje descartável.
    O patético MacJack fala em FM. Quer chegar a um público composto de adolescentes, de 13 a 25 anos. E o programa adota um visual próximo do japonês: "A diagramação das revistas japonesas não tem muita limpeza, tem um acúmulo de informações, muita imagem, choque. O padrão Japão é muito avançado. E a união Oriente/Ocidente dá um equilíbrio maior, uma interação universal". Recheando tudo, videoclips. E as reportagens de Sandrinha, 16 anos.
    O retorno de Crig-Rá, há cinco meses no ar, é compensador. Um lbope que já chegou aos quatro pontos na Abril Vídeo (cidade de São Paulo). Cartas apaixonadas. Um público que, mesmo relativamente pequeno, é ligado e participativo, E um investimento profissional que leva a gente a acreditar - ainda bem - na vitória de um jeito novo de fazer TV.

    Onde mesmo?
    O Crig-Rá pode ser visto em São Paulo (capital) pela TV Gazeta, canal 11, aos domingos, 19h30. No Rio, aos sábados, 21h, pela Record, canal 9. Em Santa Catarina, também aos sábados, às 21h, pela TV Basrriga Verde, canal 9. E, finalmente, em Porto Alegre, pela TV Guaíba, canal 2, aos domingos, 19h30. O programa deverá estar aparecendo logo em Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Manaus. Fiquem antenados.

CLIP
LEGIÃO URBANA

    O grupo brasiliense veio até São Paulo para fazer, com a turma do Olhar Eletrônico, seu primeiro clip. Simples e despojado, como manda o som da banda: externas na noite metropolitana e tomadas em ação no Rose Bom Bom (onde deram o show). De câmera na mão, Virgínia Fonseca acompanhou a filmagem e a edição.

    Tire suas mãos de mim
    Eu não pertenço a você
    Não é me dominando assim
    Que você vai me entender

    Será que nada vai acontecer
    Será que é tudo isso em vão
    Será que vamos conseguir vencer

    Brigar pra quê
    Se é sem querer
    Quem é que vai nos proteger
    Será que vamos ter que responder
    Pelos erros a mais
    Eu e você