quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bizz número 1 - Bits Bizz

 
OS MICROS FAZEM DEZ ANOS DE VIDA

    Os computadores pessoais estão completando dez anos. Desde 1975, foram vendidos nada menos que 20 milhões deles nos Estados Unidos, ou quase um para cada dez habitantes. Destes micros todos, 7 milhões estão em residências e o resto nos escritórios.
    Toda esta revolução não aconteceu com o Apple, como muita gente imagina. E nem com o "micro da cozinha", oferecido em 1969 no catálogo da loja de departamentos americana Neiman Marcus. Era apenas uma maquininha tímida que planejava menus e investimentos e armazenava os resultados do golfe. O primeiro micro foi mesmo o Altair, um kit que apareceu em janeiro de 1975 na revista Popular Electronics. Apesar do preço - 1.600 dólares -, foi um sucesso total. Quarenta e cinco mil pessoas compraram a engenhoca, dando o pontapé inicial de uma radical mudança na história. Hoje é possível enxergar um micro atrás de quase toda atividade do nosso cotidiano.
    O primeiro computador do mundo, o Eniac, foi inaugurado em 1946. Quase quatro décadas depois, virou um fóssil grande e inútil como um dinossauro. Tinha a altura de dois andares, pesava trinta toneladas e ocupava cerca de cinco mil metros quadrados. Consumia uma energia fantástica, esquentava demais, era barulhento e suas enormes válvulas viviam pifando. Tudo isto para uma eficiência discutível. Um micro destes comuns que a gente vê nas vitrines tem velocidade de cálculo vinte vezes mais rápida. E no começo da próxima década, até um relógio digital vai ser mais poderoso.
    Encolhem os micros, encolhem os chips, as pequenas pastilhas de silício cheias de circuitos elétricos que são a alma da computação. As memórias são tão miniaturizadas que permitem colocar toda a Bíblia no espaço de uma cabeça de alfinete e todo o mapa de São Paulo, com detalhes, numa pastilhinha do tamanho de uma unha. Alguns chips chegam a ter 40 quilômetros de circuitos. E hoje existem mais pastilhas microprocessadoras que pessoas na superfície da terra.
    Nesta redução toda, um dado assombroso. O equivalente humano de um computador de porte médio em 1984 é um milhão de matemáticos trabalhando 24 horas por dia, fazendo somas e consumindo uma tonelada de papel por segundo.

UM INSTRUMENTO MÁGICO

    Ninguém vai negar que Stevie Wonder é um gênio. Mas, para o Oscar que ganhou com a música de The Woman in Red, ele teve a colaboração de outro gênio: o da eletrônica. A música que fez para o filme foi toda composta com o teclado Kurzweil 250, invenção de Raymond Kurzweil, sugerida pelo próprio Wonder.
    Stevie usava, há tempos, uma outra invenção de Kurzweil, que lê texto impresso para cegos. E sugeriu: por que não fazer uma máquina que produzisse o som rico e profundo de instrumentos acústicos, mas com todos os efeitos dos melhores sintetizadores?
    O resultado, que já está à venda nos Estados Unidos por 11 mil dólares, é o teclado 250, que quebrou a barreira entre sons naturais e sons reproduzidos. Tem incorporados 30 instrumentos acústicos, de guitarras a baterias, pode registrar qualquer som natural em sua memória e reproduz um coral perfeitamente.
    Para amadores, ainda é um sonho. Mas, mesmo para quem tem ambições iniciais menores, o casamento de música simples e computadores domésticos já tem muito a oferecer.
    Várias companhias americanas oferecem programas para computadores domésticos que permitem compor melodias na tela e tocá-las através de um alto-falante incorporado ao computador.
    Para multiplicar esta capacidade, basta conectar seu computador com um sintetizador musical que tenha conexão MLDI (musical instrumento digital interface) e com um sistema de som em estéreo. A partir daí, você pode usar disquetes. E experimentar, no teclado, diferentes arranjos para a música gravada no disquete, designando partes para várias vozes e instrumentos.
    Enquanto a música toca, suas notas aparecem coloridas na tela do terminal, como uma "partitura animada".

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