quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bizz número 1 - Equipamento

 
NOVOS EQUIPAMENTOS

    CASIO CT 6000
    Polifônico de oito vozes, o CI 6000 é o primeiro modelo da Casio a apresentar sensibilidade ao toque em duas formas. Uma delas responde à velocidade do toque, que altera a intensidade do som (numa forma análoga às teclas do piano). A outra responde à pressão do toque, que aumenta o volume de som à medida que se aperta a tecla já abaixada.
    Além disso, o instrumento possui vinte timbres, pré-programados e combináveis, e oito efeitos, tais como conjunto, celeste, sustom, vibrato, vibrato com deloy e três unison.
    O CT 6000 encontra-se naquela categoria entre os instrumentos par músicos amadores e os equipamentos profissionais. Isto porque há a presença simultânea de acordes e baixos automáticos, vinte ritmos eletrônicos e alto-falantes embutidos ao lado de um pitch bender, memória para cerca de 400 notas e terminais de entrada e saída de MIDI, que inserem o CT 6000 em contexto musical bem mais amplo.
    Por suas características, este teclado da Casio é indicado para tecladistas iniciantes que necessitem de um instrumento doméstico para se exercitarem, mas que não se torne inútil ante a aquisição de material mais sofisticado.
    Em lojas de instrumentos importados, o CT 6000 pode ser encontrado por Cr$ 11 800 000 à vista(junho/85)
    M.S.

    A LINHA 1800 DA CYGNUS
    Cygnus é um nome respeitado por poucos e bons conhecedores de equipamentos de som. Ao lado da também seleta Micrologic, ela tem a créme de la crême do áudio nacional de alta qualidade. É nessa linha que se enquadram os equipamentos da recém-lançada linha 1800, indicada pelo diretor Marcos Misiak para amadores entusiasmados".
    A definição não é exagerada. A série agrupa equalizador de dez oitavas por canal com quatro opções para gravação (preço médio: Cr$ 1 900 000, junho/85), pré-amplificador estereofônico pronto a receber toca-discos a laser (preço médio: Cr$ 2100 000, junho/85), duas versões de amplificador de potência (380 watts RMS ou 520 WRMS preço médio: Cr$ 4 950 000, junho/85) e caixas acústicas, as Heavy 500, para 500 watts IHF (preço médio: Cr$ 2500 000 cada, junho/85). Os sonofletores, segundo Misiak, foram desenhados especialmente para danceterias e contam com quatro falantes para as freqüências médias, dois para os agudos e um woofer para os tons graves.
    Com a história de agrupar som e vídeo, a Cygnus sai a campo preparada para pegar o provável bonde dos casamentos de racks. O pré-amplificador 1800, por exemplo, tem conectores específicos para videocassetes, o que pode dar um tempero fantástico nos clips.   
    M.B.

    TRENDSET PHILIPS
    O Brasil entrou em abril no seleto clube dos países que fazem transmissões de TV em estéreo. Em um lance feito a quatro mãos, Philips e Rede Globo mostraram em São Paulo, para uma pequena e privilegiada platéia, uma transmissão em estéreo do programa Clip Clip.
    A transmissão foi um dos lances da campanha agressiva de lançamento do caro e sofisticado televisor Trendset, de 20 polegadas (preço médio: Cr$ 4.000.000, junho/85). Há 61 anos operando no Brasil e com mais de cem milhões de aparelhos vendidos em todo o planeta, a antiga companhia holandesa mais uma vez faz justo ao que consideram sua característica - pode ser lenta mas, ao se movimentar, rola com o poder de um tanque de guerra.
    A Philips respondeu ao lançamento de duas tevês estéreo surgidas no ano passado, da Mitsubishi 1 e Telefunken. Por isso, a resposta parece ter vindo tarde. Na verdade, a Philips acabou se beneficiando. Até a Globo resolver transmitir em estéreo, não havia indícios de que as emissoras se preparavam para um som de melhor qualidade. Agora, os consumidores podem se sentir mais confiantes.
    A novidade não é só o estéreo. O Trendset tem algumas características que o elevam à categoria do receptor de vídeo mais complexo já produzido no Brasil. Para isto, colaboram o controle remoto de 31 funções, conectores para videocassete, game ou microcomputador e saídas para fones de ouvido.
    Além de um amplificador estéreo de 12 watts RMS e caixas acústicas que podem ser desacopladas do aparelho.
    M.B.

    GAMBITT TX-70

    Começam a surgir no Brasil órgãos portáteis que incluem sintetizadores analógicos, num primeiro passo no sentido dos sintetizadores polifônicos.
    O princípio empregado no TX-70, recente lançamento da Gambitt, é o da parafonia: um sintetizador atua como modificador dos sinais gerados por um órgão elétrico. Este sistema é semelhante ao utilizado num dos primeiros sintetizadores polifônicos da Yamaha, o CS 80, o teclado predileto de Brian Eno.
    O órgão, que é a seção polifônica do instrumento, possui sete registros variáveis e seis presets. A seção monofônica traz sete presets sintetizados, além dos módulos do sintetizador, com os quais podem ser criados novos sons. São estes os módulos: um VCO, um VCA, um VCF. ADSR e LFO.
    Dos recursos mais elogiáveis do TX-70, destacam-se as saídas separadas para órgão e sintetizador, e a afinação independente para cada um com reajuste instantâneo. Os acessórios opcionais incluem o Interface MDI, inédito em teclados produzidos no Brasil. O resultado sonoro da atuação parafônica do TX-70 é bom, considerando-se a distorção causada por essa espécie de sistema.
    Maiores detalhes sobre o TX-70 podem ser obtidos com a Gambitt, na av. José Maria de Faria, 470, CEP 05038, telefone (011) 261-5377, Lapa, São Paulo.
    M.S.

    BATERIAS ELETRÔNICAS PITCH
    Dos últimos lançamentos na área de instrumentos musicais no Brasil, as baterias eletrônicas são o item mais atualizado em termos internacionais.
    A Pitch apresenta seus modelos ESD-8 e ESD-9. A console da ESD-8 recebe até nove instrumentos: bombo, surdo, caixa, dois tom-tons, dois pratos, chimbau e palmas eletrônicas. São oito controles por módulo: nível, banda de freqüência, decoy, sensibilidade do toque, afinação, comando de estéreo, afinação de ruído branco e balanço ruído/VCO, O chimbau "abre´ e "fecha" através de pedal. Cada instrumento tem saída individual, havendo também saída para fone e entrada para fonte externa, além de interface para microcomputador.
    A ESD-9 é basicamente o console da ESD-8 ativado por micropads dispostos numa mala executiva, com interface para microcomputador e pedais de bombo e chimbau. A mala traz os pedais e os cabos. Os micropads são tocáveis com os dedos, e seu formato prático lembra a Drumulator.
    O design e o acabamento dos equipamentos Pitch são destacáveis entre os instrumentos nacionais pela sua qualidade. Seria louvável que fabricantes de instrumentos musicais tornassem seus produtos mais belos e contemporâneos.
    Aos interessados nestes e noutro modelos da Pitch, os preços varia entre quatro a dezesseis milhões (junho/85). Contatos pelo telefone (011) 881-2262, ou no endereço: r. Santa Francisca, 234, Vila Jaguara, CEP 05116, São Paulo. Segundo o fabricante, a ESD-8 e a ESD-9 estarão nas lojas a partir de julho.

Glossário

    ADSR: em sintetizadores, controla o ataque (A), o decaimento (D), a sustentação (S) e a "finalização" (R, de release) de um som determinado. Também conhecido por envelope.

    Baixo alternado: emissão das notas tônica e dominante de um acorde pelos registros do baixo de um órgão, dentro de um padrão rítmico.

    Baixo "caminhante": seqüência ascendente ou descendente de notas do baixo de um órgão, segundo um acorde e um padrão rítmico.

    Fill.in: "preenchimento" rítmico de um compasso ou repique, em computadores rítmicos e órgãos.

    LFO: oscilador de baixa freqüência de uni sintetizador. Produz formas de onda que resultam em sons graves.

    MIDI (Musical Instrument Digital Interface): conector digital que permite interligar instrumentos musicais e computadores, de forma que os recursos das várias unidades possam vir a ser utilizados em conjunto por um único operador, simultaneamente.

    Pad: elemento percutido em uma bateria eletrônica.

    Pitch bender: controle manual da afinação de uma nota tocada, usado em sintetizadores.

    Presets: timbres pré-programados em órgãos e sintetizadores.

    Rim shot: borda-de-caixa em computadores rítmicoá.

    Spinet: designação comum dos atuais órgãos elétricos de móvel, não-portáteis.

    Trigger: sinal usado para gerar formas de onda transitórias, "disparando" o processamento eletrônico,

    VCA: amplificador controlado por voltagem, altera a intensidade de um sinal. Parte integrante de um sintetizador analógico.

    VCF: nos sintetizadores, filtro controlado por voltagem, que filtra freqüências determinadas do sinal emitido pelo oscilador.

    VCO: oscilador controlado por voltagem de um sintetizador analógico. Produz formas de ondas, tais como retangulares, dentes-de-serra, etc.

    Chorus: efeito que, ressaltando os harmónicos, cria uma espécie de eco.

    Delay: literalmente quer dizer atraso. Retarda o sinal emitido pelo instrumento, sustentando a nota ou repetindo-a indefinidamente.

    Feedback: no jargão de palco é a microfonia causada pela aproximação de uma fonte emissora aos amplificadores. No caso do pedal phaser, é o controle da ressonância do efeito.

    Humbucking: captador que possui duas bobinas ligadas em contrafase, que elimina o chiado comum no captador simples, resultando num sinal de alta impedância e, conseqüentemente, num som com volume maior.

    Phaser: inverte a fase do sinal em 180 graus.

    Playback: é o controle da velocidade do efeito delay, ou seja, da distância entre a nota e sua repetição.

    Sunburst: acabamento feito com cores quentes em degradée, que vai escurecendo de dentro para fora. O nome vem da semelhança entre este tipo de acabamento e o pôr-do-sol.

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