quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bizz número 1 - Visual - Cinema


HUMOR NEGRO AO SOM DE ARY BARROSO

    Na Inglaterra. o Brasil esta na moda X onda da popbossa domina o cenário musical e nos cinemas o diretor Terry Gillian Monopoliza as atenções com Brazil. Mas o que Brazil, o filme, tem a ver com Brasil. o pais? Gillian bem conhecido por seu trabalho no anárquico grupo Monty Python, explica: ao ouvir Aquarela do Brasil de Ary Barroso. imaginou um sujeito em uma praia poluida, pensando no mundo paradisiaco, livre de indústrias e arranhacéus que a música sugere. E mesmo quando a idéia foi mais longe tornando-se um filme de humor negro roteiro de Gillian. Tom Stoppard e Charles McKeown. A trilha sonora e o título ficaram. O tal pais imaginario além de poluido, tornou-se uma ditadura da era da informática, no melhor estilo de 1984 romance de George Orwell sobre um regime totalitário em um futuro próximo com uma população controlada por computadores e videos. No Departamento de Arquivos do Ministério de Informações, o apagado funcionário Sam Lowry ( interpretado por Jonathan Pryce) lida com os aparatos eletrônicos sonhando a noite em conquistar uma garota com suas façanhas de super-herói. Seus problemas reais começam quando o Departamento, uma espécie de SNI local, comete um grave erro burocrático e prende o pacato sapateiro A. Buttle no lugar do dissidente e terrorista A. Tuttie (o ótimo Robert de Niro). A única testemunha da burrada oficial, a motorista de caminhão Jill (Kim Greist) que Lowry descobre ser a garota de seus sonhos -, passa a ser procurada pelas Forças de Segurança. Decidido a encontrá-la e protegê-la, ele dribla polícia e terroristas, em uma sucessão de fugas e atentados.

    Tecnologia desastrada
    A idéia básica do roteiro - o Indivíduo lutando contra o Sistema Opressor é aparentemente simples, mas Gilliam não se contenta com a simplicidade. Seus cenários superproduzidos, feitos com o auxílio de Norman Garwood e de George Gibbs (que supervisionou os efeitos especiais de Indiana Jones e o Templo da Perdição, Conan e Flash Gordon), lembram os cenários de Blade Runner. Eles mostram uma cidade repleta de recursos tecnológicos, como videocomunicação e tubos pneumáticos de transporte, mas de uma tecnologia falha, desastrada. Aliás, Gilliam é a pessoa certa para gozações futuristas. Em A Vida de Brian, seu penúltimo trabalho com os Pythons, a seqüência do foguete que aparece por acaso na trama bíblica é o cúmulo do pastetão high-tech.

    Humor e drama
    Mas, ao contrário do que ocorre em seus trabalhos com o grupo, francamente debochados, em seus filmes mais pessoais o diretor empreende uma mistura entre humor e drama. Isso já era perceptível nos climas estranhos de Aventureiros do Tempo, seu outro trabalho exibido aqui (ele fez mais um, Jabberwocky), mas com resultados menos polêmicos que agora. Brazil é um filme cruel e perturbador, em que as pessoas, segundo Gilliam, vão se descobrir rindo em momentos em que o que vêem é terrível. Nesse sentido, Brazil está na linhagem dos grandes filmes de humor negro, como Armadilha do Destino, de Roman Polansky, e Um Lobisomen americano em Londres, de John Landis. E, a julgar pelas discussões que tem suscitado na Inglaterra, é tão marcante quanto eles.


LADYHAWKE, UMA FÁBULA MEDIEVAL

    Richard Donner, o diretor de Superman e A Profecia nos traz agora Ladyhawke - O Feitiço de Aquila, uma bela fábula medieval sobre o amor de Etienne Navarre (interpretado por Rutger Hauer, o replicante de Blade Runner) e lsabeau d´Anjou (Michelle Pfeiffer). Enfeitiçados pelo perverso Bispo de Aquila, Etienne está condenado a se transformar, à noite, em lobo, e Isabeau, de dia, em falcão. Só por breves momentos, no alvorecer e no crepúsculo, se encontram na forma humana. E com a ajuda - não tão voluntária - do bom ladrão Phillipe (Mathew Broderick) que eles vão tentar se vingar do Bispo corrupto e reparar o mal. Filmado na Itália, Ladyhawke tem direção de fotografia do excelente Víttorio Storaro.

    OUTRAS
    De resto... deve mesmo ser lançado aqui Desperately Seeking Susan, a comédia estrelada pela material girl" Madonna em carne e osso.
    Enquanto isso, o fenomenal diretor Julien Temple (The Great ROck´n´Roll Swindle, Jazzin´ for Blue Jean, She´s the Boss e clips mil) continua rodando o longa Absolute Beginners. Baseado no romance homônimo de Colin Mactness, retrata a vida dos jovens rebeldes e apaixonados por jazz na Inglaterra dos anos 50. Tudo isso com as participações de David Bowie, a venerável dupla Jagger & Richard, Ray Davies dos Kinks e a fulminante Sade Adu.



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